O síndrome metabólico (SM) agrupa um conjunto de fatores considerados de risco para o desenvolvimento da doença cardiovascular e diabetes mellitus tipo 2 que são:
- Perímetro abdominal > 94 cm no homem e > 80 cm na mulher
- Triglicerídeos ≥ 150 mg/dl
- Colesterol HDL ≤ 40 mg/dl no homem e ≤ 55 mg/dl na mulher
- Glicemia (açúcar) em jejum ≥ 100 mg/dl
- Hipertensão, sendo necessários somente 3 destes 5 parâmetros para definir SM.
A importância de fazer o diagnóstico atempadamente prende-se com o reconhecimento que os portadores de SM tem 3 vezes mais probabilidade de desenvolverem enfarte do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e diabetes mellitus tipo 2, mas também maior risco para doenças hepáticas, doenças osteoarticulares, asma e certos tipos de cancro.
Torna-se necessário corrigir todos os fatores de risco simultaneamente, começando sempre por promover alteração dos hábitos a nível alimentar e atividade física complementados posteriormente com terapêutica específica quando necessário.
Hoje em dia a maioria das profissões têm um cariz sedentário. Por outro lado, a distância cada vez maior entre residência e local de trabalho e a necessidade de realização das tarefas domésticas mesmo que simplificadas, reduzem significativamente o tempo que cada um dispõe para usufruir dum descanso merecido, mas também da prática de alguma atividade física, seja caminhar, andar de bicicleta, correr ou frequentar um ginásio. O tempo semanal dedicado ao exercício físico deve ser no mínimo de 150 minutos distribuídos entre 5 a 7 dias por semana.
A alimentação indicada para pessoas com SM vai beneficiar todo o agregado familiar, daí que este nunca deva ser fator impeditivo para a introdução de novas regras.
Propositadamente não utilizamos a palavra dieta pelo seu carater punitivo; preferimos falar em alimentação saudável, baseada nos seguintes parâmetros:
- Redução drástica de açúcar e produtos confecionados com açúcar (bolos, bolachas, refrigerantes com ou sem gás). Cuidado com os produtos “light” que continuam a ter percentagem elevada de açúcar;
- Redução de vinho para max. 1,5 dl por almoço e jantar (homem) e max. 1,5 dl diários (mulher) e abstinência de bebidas alcoólicas com maior taxa de alcoolémia;
- Redução para quantidades mínimas de sal. Em média cada português está a usar 12 gramas de sal por dia, mais do dobro do recomendado pela OMS;
- Redução de carnes vermelhas e de alimentos processados;
- Aumento do consumo de peixe;
- Preferência por cereais não refinados;
- Aumento diário de legumes, hortaliças e frutas;
- Preferência por leite e produtos lácteos semidesnatados.
Compete aos profissionais de saúde motivarem os seus doentes para que a adesão às medidas enunciadas e a manutenção das mesmas ao longo do tempo seja uma constante.