O divórcio pode ser caracterizado como um período difícil e exigente para toda a família. A separação do casal implica mudanças, desafios e gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade.
Contudo, é importante salientar que o divórcio não predestina o fim da família. É, sim, necessário que haja ajustamento familiar. Ninguém deixa de ser filho ou pai, mas a interação e a comunicação podem mudar.
Questões de ordem financeira, o temperamento e a idade da criança, problemas psicopatológicos dos pais, nomeadamente
depressão, coparentalidade conflituosa e a intensidade e frequência do conflito entre os pais, antes e após a separação, são dimensões associadas ao melhor ou pior ajustamento da criança numa situação de divórcio ou separação dos pais.
Existem adaptações a fazer, e neste sentido os pais devem conversar e decidir as medidas a seguir no que concerne a educação e bem-estar dos seus filhos, tendo sempre em consideração o interesse da criança. Em alguns casos, a adaptação torna-se um processo mais difícil, que se prende fundamentalmente com o tipo de relação estabelecida entre os pais e a criança. Relações inseguras acabam por fragilizar esse mesmo processo de adaptação. Os pais são uma peça-chave na adaptação da criança.
Com lidar?
1. Não esconda nada e converse com o seu filho.
Conversar abertamente com o seu filho, sublinhando que o divórcio dos pais não implica a separação emocional entre
pais e filhos. Possibilite a abertura de um campo de compreensão e entendimento na criança, que facilitará a integração desta mudança.
2. Deve ser claro para a criança que o divórcio é conjugal e não parental.
Quanto melhor for esta separação entre o papel conjugal e o papel parental, melhor o ajustamento da criança. Isso requer que os próprios pais separem aquilo que pertence ao ex-casal daquilo que envolve os filhos.
3. Aceite as suas reações, escute-o, acolha o que está a sentir.
É natural que as crianças reajam. Pouco natural seria não existirem consequências. Por isso, é importante que sinta e que transpareça que compreende as reações do seu filho. Dê-lhe tempo e espaço para que as mesmas aconteçam.
4. Passe tempo de qualidade.
Acima de tudo, é fundamental que compreenda, enquanto pai/mãe e adulto, que não é o divórcio em si que poderá ter consequências negativas quer para o casal como para as crianças, mas sim a forma como o divórcio é conduzido.
Lembre-se! As crianças não dizem que estão com ansiedade – dizem “doí-me a barriga”.
A Ansiedade, irritabilidade, pesadelos, perturbações do sono e alimentares, descontrolo do esfíncter e alterações do comportamento e de conduta são alguns dos sintomas inerentes à mudança, a algo inesperado e imprevisível. Caso os sintomas persistam, os pais devem procurar ajuda especializada, de um psicólogo, de forma a identificar o problema e tentar resolvê-lo.
Por isso, se tentou ter um bom casamento, tente também ter um “bom divórcio”.