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Terapia da Fala para miúdos e graúdos

publicado em 06 Mar. 2023

Existem inúmeros mitos e crenças associadas à Terapia da Fala que podem gerar dúvidas relativamente à prática clínica de um Terapeuta da Fala, tais como: “A Terapia da Fala só serve para ensinar as crianças que não falam bem” ou “é demasiado novo ou velho para ter terapia”. Estas são aquelas que, regra geral, a maioria da população apresenta quando se dirige ou é encaminhado para Terapia da Fala.

 

Segundo o Dicionário Terminológico de Terapia da Fala, o Terapeuta da Fala é o profissional de saúde responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e investigação das perturbações da comunicação humana, que englobam as seguintes áreas: comunicação (verbal e não-verbal), articulação verbal dos sons da fala, linguagem (oral e escrita), fluência, voz, motricidade orofacial (reabilitação dos músculos da face e respetivas funções estomatognáticas (sucção, mastigação, respiração e fala)) e deglutição (ato de engolir os alimentos/bebidas para a orofaringe).

 

Para além disso, o Terapeuta da Fala intervém nas variadas faixas etárias, desde os recém-nascidos aos mais idosos, sendo que na Neonatologia, atua ao nível da alimentação e no desenvolvimento de competências comunicativas do bebé recém-nascido; nas crianças em idade pré-escolar e escolar, centra-se na prevenção, diagnóstico e intervenção nas perturbações da produção dos sons da fala, da linguagem, fluência, voz e de leitura e escrita. Por sua vez, atua também noutras áreas, como quando há a presença de um quadro clínico associado (ex: perturbações congénitas, surdez, perturbação do espetro do autismo, multideficiência, etc) que afeta a comunicação e a deglutição.

 

Na idade adulta/idosa, o Terapeuta da Fala atua essencialmente nas perturbações adquiridas, quando existe perda de competências decorrentes de uma patologia ou lesão (AVC, demências, tumores, patologias vocais e deglutição) intervindo ao nível da comunicação, linguagem, voz e deglutição.

 

Neste sentido, como se costuma dizer “informação é poder”, logo quanto mais cedo as pessoas estiverem informadas, mais atentas irão estar aos possíveis sinais de alerta para se poder avaliar e diagnosticar precocemente certas patologias e adequar a intervenção a cada caso.

 

Salienta-se que a idade não é um fator determinante para recorrer a um Terapeuta da Fala, mas sim as dificuldades que a criança ou o adulto possa apresentar, assim como as áreas de intervenção às quais o Terapeuta da Fala desempenha o seu papel é bastante vasta, comparativamente ao nome em si, que é bastante redutor, pois não é só a fala propriamente dita que trabalha, mas sim todas as funções associadas a esta.