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Férias e Verão: rotinas, ecrãs, sono, alimentação e desfralde

publicado em 04 Ago. 2023

Nas férias as crianças têm mais tempo livre e existe uma alteração na gestão das rotinas familiares. Assim, o tempo de utilização de ecrãs (telemóvel, televisão, tablet, computador) pode aumentar e as famílias devem ter especial atenção à quantidade de tempo dedicado aos ecrãs e à qualidade dos conteúdos visualizados pelas crianças.

 

O tempo nos ecrãs diminui o tempo ao ar livre, a atividade física e a socialização pelo que as famílias devem resistir a essa “tentação”. Uma nota especial sobre ver televisão antes de ir dormir pois, tanto pelo efeito da luz como pela intensidade dos estímulos, diminui a qualidade e quantidade do sono e dificulta o adormecer. Por outro, o período de férias deve ser aproveitado para proporcionar mais tempo e atividades em família. Assim, a televisão deve ser vista em família, para os adultos poderem controlar a quantidade e a qualidade dos conteúdos e haver partilha de interesses. Os pais não devem esquecer ainda que dar o exemplo é fundamental! Se utilizar os ecrãs às refeições, antes de dormir, nos tempos em que poderia estar a brincar com os seus filhos, eles vão querer fazer o mesmo e, quando em períodos de menor supervisão, vão mesmo fazê-lo.

 

Os horários e as rotinas no período de férias podem ser mais flexíveis e pode mesmo quebrar-se a rigidez do dia-a-dia do período escolar. No entanto, é imperativo garantir que a alimentação e o descanso adequados sejam respeitados, assim como a evicção da exposição solar excessiva e em horas mais perigosas. Se as necessidades básicas da criança não estiverem a ser cumpridas, estas podem dar sinais de cansaço e alteração de bem-estar físico ou emocional. Neste contexto, convém relembrar de reajustar rotinas e horários perto do final do período de férias, para facilitar o regresso à normalidade do período escolar.

 

No que toca à alimentação nas férias, convém tranquilizar os pais referindo que o apetite pode diminuir quando está mais calor principalmente quando as crianças bebem, consequentemente, mais água e porque é comum haver mais “petiscos” entre refeições. Assim, pode ser útil respeitar os horários das refeições, embora se possa também ser um pouco mais permissivo. Neste contexto, cuidado com os excessos de doces (o geladinho após a refeição, a bola de Berlim na praia…), refrigerantes, fast food etc que, nas férias, são vistos como exceções por “estar de férias” e acabam por se tornar a regra diária.

 

Por último, o período de férias, o verão, é visto por muitos pais e educadores como o mais indicado ou até obrigatório para o desfralde da criança. Se por um lado não é contraindicado por si só desfraldar no verão, também não é imprescindível nem obrigatório. Desfraldar no verão é tão indicado como desfraldar em qualquer outra estação do ano. Claro que, nos períodos de férias, os pais estão mais disponíveis para resolver os pequenos “acidentes” que acontecem no desfralde e, no verão, as roupas da cama e de vestir também secam mais depressa se forem sujas. No entanto, o desfralde deve ser feito quando a criança estiver preparada, quando der sinais de que já há algum controlo da continência dos esfíncteres. Desfraldes precoces e impostos podem acarretar problemas físicos como retenção de urina e fezes, com consequentes infeções urinárias, obstipação, etc tal como problemas emocionais e sociais.

 

Muitos pais e educadores têm ideias pré-concebidas de idades e estações do ano para o desfralde que devem ser contrariadas em virtude do ritmo de cada criança.

 

Como costumo dizer, não consta do currículo de ninguém a idade com que se retirou as fraldas 😀.

 

Boas férias! Brinquem, divirtam-se e protejam as vossas crianças!