A Incontinência Urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina pela uretra. É uma doença mal entendida e, muitas vezes, subvalorizada.
Genericamente pode ser dividida em três tipos principais: de Esforço, Urgência e Mista. Existem também outros tipos menos frequentes. A IU de Esforço consiste na perda involuntária de urina associada ao esforço muscular como rir, tossir, espirrar, pegar em peso, correr ou saltar. A IU de Urgência caracteriza-se por uma súbita e muito intensa vontade de urinar associada a um aumento da frequência urinária e perda de urina. A IU Mista associa a perda involuntária com os esforços a uma vontade imperiosa de urinar.
Estima-se que cerca de 50% da população feminina adulta sofra de algum grau de IU. São vários os fatores de risco para o seu aparecimento, tais como: obesidade, idade avançada, gravidez, partos vaginais, menopausa, infeções urinárias recorrentes, obstipação crónica, diabetes, acidente vascular cerebral, tosse crónica, radioterapia pélvica e alguns fármacos.
O tratamento da IU inicia-se geralmente por uma abordagem conservadora. Os exercícios dos músculos do pavimento pélvico/fisioterapia para reabilitação do pavimento pélvico e as alterações do estilo de vida com correção dos fatores de risco constituem um dos principais pilares no tratamento desta patologia. Quando estas medidas falham, a terapêutica farmacológica poderá ser uma opção.
O tratamento cirúrgico da IU de Esforço tem vindo a evoluir no sentido de técnicas minimamente invasivas, tendo um papel muito importante não apenas pela sua elevada eficácia, mas também pela sua simplicidade de execução, com mínimos efeitos indesejáveis para a doente. A técnica cirúrgica de eleição passa pela colocação de uma rede de material sintético (prótese) sob a uretra através de uma incisão na vagina (1-2cm) e uma incisão em cada virilha (0.5cm). A taxa de complicações é baixa e a doente retoma rapidamente a sua atividade habitual. Um tratamento mais recente é o tratamento com LASER vaginal. Ao aumentar temporariamente a temperatura do colagénio vaginal, pode melhorar a sua estrutura e consequentemente tratar a IU de Esforço ligeira. Trata-se de uma técnica rápida, indolor, sem necessidades de cortes, que é realizada em consultório. A doente pode voltar de imediato às suas atividades quotidianas.
A incontinência urinária feminina é um problema que, na maioria dos casos, tem tratamento fácil, que não deve ser adiado. A doente não deve sentir vergonha em procurar ajuda junto do seu Médico Assistente e/ou Ginecologista. Estes, perante a elaboração da história clínica e realização do exame físico e ginecológico farão o diagnóstico e instituirão o tratamento adequado a cada caso.