O burnout, ou esgotamento profissional, é descrito pela Organização Mundial da Saúde como “stress crónico no local de trabalho que não foi bem gerido”.
As pessoas que possam estar num processo de esgotamento profissional podem experienciar:
- Sensação de muito cansaço, falta de energia, sono perturbado e sintomas parecidos aos de uma gripe.
- Dificuldades de concentração, sensação de que a mente se perde e que significativas quantidades de tempo são passadas nesse estado mental.
- Irritação, frustração e autocrítica elevada.
- Supermercados, centros comerciais e locais similares começam a ser avassaladores.
- Sensação de se estar desconectado com o que antes se adorava.
Esta sensação de exaustão física e mental instala-se de forma insidiosa e com consequências negativas no trabalho, na vida familiar e no bem-estar físico e psicológico. As mulheres parecem mais propensas a este estado de exaustão, também, pela acumulação das tarefas familiares e domésticas, que ainda recaem mais sobre o género feminino.
É um processo (não um evento isolado) pelo qual o acumular de muitos dias repletos de stress, ansiedade e exigências vão gradualmente, pressionando esgotando e enfraquecendo as estruturas mentais. É necessário estar atento aos sinais, graduais, de comprometimento da saúde, de escassez de momentos de total separação entre trabalho/família, de preocupações constantes relacionadas com o trabalho, que se sobrepõem aos momentos com amigos, familiares, descanso e cuidado consigo mesmo. O processo inicia-se, habitualmente, por algum cansaço, sentimento de grande pressão e falta de apoio no trabalho, acompanhado por receio de não se conseguir dar resposta às exigências do mesmo. Se não forem adotadas medidas individuais e laborais para aliviar essa pressão, a situação poderá evoluir negativamente.
Ancorado num legítimo desejo de realização e responsabilidade profissional, o burnout pode instalar-se em quem se empenha, e se orgulha, da sua atividade profissional. Nestes casos, surge acompanhado de sentimentos de culpa, fracasso e fragilidade, muitas vezes de negação durante grande parte do processo.
A primeira forma para diminuir a vulnerabilidade ao burnout é reconhecer a existência deste risco e eliminar o estigma sobre o mesmo. Falar com naturalidade sobre risco de esgotamento profissional e atitudes para o prevenir é muito importante. Criar intencionalidade e cuidado em gerir os níveis de stress e adotar medidas de proteção do bem-estar psicológico são aspetos a que se deve prestar mais atenção.
A segunda forma de atuar perante o burnout é procurar ajuda profissional. As instituições prestadoras de cuidados de saúde estão preparadas para orientar. A nível psicológico, importa desafiar crenças sobre o sucesso, o fracasso e reposicionar o trabalho no sistema de valores pessoais. Encontrar formas mais adaptadas de gerir a pressão profissional ou, em alguns casos, redefinir o projeto profissional são aspetos centrais. Promover a adoção de técnicas de gestão de stress, de relaxamento e de proteção do bem-estar psicológico são aprendizagens importantes para a melhoria e prevenção de situações futuras e que deverão ser feitas com acompanhamento.