A obesidade é, atualmente, um dos mais sérios desafios enfrentados pela sociedade. Considerada uma doença crónica, de origem multifatorial, condiciona o desenvolvimento ou agravamento de outras doenças, tais como a diabetes, a hipertensão arterial, a dislipidemia, o cancro ou a apneia do sono. Nesse sentido, o seu impacto na esperança de vida do indivíduo pode ser enorme. A melhor abordagem para a obesidade passa pela prevenção, nomeadamente pela promoção de um estilo de vida saudável, em particular no que respeita à alimentação e à prática de exercício físico. Tal intervenção pode contribuir de forma efetiva para a redução da mortalidade precoce, bem como para a redução global dos custos em saúde.
Existem diferentes formas de avaliar o indivíduo obeso ou em risco de obesidade; no entanto, na prática clínica, o índice de massa corporal (IMC=quociente entre o peso e o quadrado da altura) e o perímetro da cintura, constituem ferramentas simples e úteis na avaliação inicial e no seguimento dos doentes. Assim, considera-se estar perante o diagnóstico de obesidade, quando o IMC é igual ou superior a 30. A importância do diagnóstico e a determinação do grau de obesidade são fundamentais na definição da melhor estratégia terapêutica.
Atualmente, nos casos de obesidade classe 2 (IMC>35 com comorbilidade associada) e classe 3 (IMC>40), a cirurgia bariátrica assume-se como a intervenção terapêutica mais eficaz na redução sustentada de peso e na melhoria do perfil metabólico dos doentes (resolução da diabetes).
Existem diferentes técnicas cirúrgicas para tratamento da obesidade. A escolha da técnica deve ser adaptada ao caso, tendo em consideração o IMC, a idade, a existência de comorbilidades, o perfil alimentar, bem como os antecedentes médicos e cirúrgicos da pessoa. Os mecanismos pelos quais a cirurgia bariátrica resulta são diversos e têm um peso diferente consoante a técnica, envolvendo, entre outros, um efeito restritivo (diminuição da ingestão calórica), um efeito malabsortivo e um efeito hormonal (com impacto no controlo do apetite). As técnicas mais frequentemente realizadas são a gastrectomia vertical (sleeve), na qual é realizada a remoção de uma parte do estômago; o bypass gástrico, no qual é efetuada uma redução gástrica (sem remoção do estômago) com reconstrução do circuito intestinal e o duodenal switch, que associa a remoção de parte do estômago (sleeve), com a reconstrução do circuito intestinal. De referir que todas as técnicas são realizadas de forma minimamente invasiva, por laparoscopia, o que permite um internamento hospitalar curto, de 48-72 horas e uma recuperação pós-operatória mais rápida.
A cirurgia para tratamento da obesidade é uma realidade segura e altamente eficaz. A sua realização envolve uma equipa multidisciplinar, comprometida com o doente e focada nos objetivos de longo prazo: controlo do peso, resolução de comorbilidades, redução de risco de mortalidade e melhoria da qualidade de vida.
Nas unidades Trofa Saúde Hospital pode contar com uma equipa multidisciplinar dedicada e disponível em horário alargado, com capacidade para dar resposta ao excesso de peso e obesidade de modo a melhorar a sua saúde e qualidade de vida.
