Ser pai nos primeiros meses de vida do bebé, pode, por vezes, não ser tão fácil como parece, pois, naturalmente, o recém-nascido está mais “próximo” da mãe.
19 de março é dia de homenagear aquele ser que em parte é responsável por hoje estarmos aqui. Tal como as mães são extremamente importantes desde o nascimento, os pais também têm a mesma importância desde o primeiro dia e têm um peso equivalente ao da mãe no desenvolvimento do mesmo.
Sempre se ouviu falar da vinculação mãe-bebé nos primeiros tempos de vida da criança como sendo um dos fatores mais importantes, mas, na realidade, a figura paternal é tão relevante como a da mãe no desenvolvimento das crianças. A figura paterna continua a ser vista como uma figura de vinculação secundária, algo que é importante desmistificar.
É natural que, durante os primeiros meses do bebé em casa, o pai possa sentir-se excluído e considerar que o bebé apenas “mama e dorme”, o que faz com que se pense que nestes primeiros meses o bebé seja exclusivo da mãe. Mas não…. A realidade é que este período não necessita de ser visto desta forma e nesse sentido precisamos que as mães alterem, por vezes, um pouco a sua postura e deem liberdade aos pais para que estes sejam integrados nas pequenas rotinas do bebé. Ou seja, é extremamente importante que as mães permitam e apoiem os pais a cuidarem dos filhos desde o nascimento, até porque o bebé ao ser exposto a diferentes formas de cuidar, será imprescindível no desenvolvimento do mesmo nos primeiros anos.
“O bebé precisa de apreender quem é o pai e quem é a mãe”
A tarefa de amamentação que é algo único e exclusivo da mãe, não podendo ser partilhada, poderá o pai ficar incumbido de pequenas tarefas que podem ser momentos de pai-bebé, sejam elas, o banho, trocar as fraldas ou as roupinhas, o adormecer e a massagem nos momentos de desconforto e aborrecimento do bebé recém-nascido. Contudo, mesmo ao longo da amamentação, o pai poderá estar presente acompanhando e incentivando a companheira no processo em si e apoiar no pós-amamentação. Ainda assim, existem algumas estratégias fundamentais para melhorar a relação pai-bebé:
- Colaborar nas tarefas é importante. Não só nas tarefas “logísticas” que todos os pais devem fazer, como mudar fraldas, dar banho, e todas as que sejam necessárias para o bem-estar do bebé, mas também aquelas “tarefas” que permitam e desenvolvam a interação bebé-pai e vice-versa, que só com carinho, tempo e paciência se manifestam.
- Comunicar com o bebé é essencial. O vínculo será tanto mais forte quanto mais contactos positivos existirem. Por isso, conversar com o seu bebé sobre o dia de trabalho, os desafios pessoais e quem sabe dos seus medos. Sabe que os bebés são bons conselheiros?
- Tire sempre tempo para interagir e “brincar” com ele. Se não puder ser uma hora, que sejam uns minutos por dia.
Lembre-se que o pai deve assumir o papel de cuidador. Mas o cuidar não significa única e exclusivamente tratar. Cuidar é também estar atento às necessidades afetivas e de conforto, para que o bebé se sinta seguro e acolhido na família que o recebeu.