Experienciar um ataque de pânico pode ser um momento aterrador, já que os sintomas podem ser bastante agressivos, incluindo até uma perda de controlo quase absoluta sobre o que está a acontecer.
No entanto, é uma perturbação bem estudada, com sintomas também bem identificados, onde realçamos (entre outros) as palpitações, as sensações de falta de ar ou sufoco, de desmaio, o medo de morrer ou de perder o controlo.
Face a estas manifestações, é, em muitos casos, comum que o indivíduo se sinta completamente assoberbado com o episódio que vivenciou e que com isso comece a desenvolver estratégias muitas vezes desadaptativas que lhe permitam mitigar tal desconforto sentido.
Como tal, tende a promover em si mesmo uma mudança de hábitos e rotinas que se revelam contraproducentes. Pode, por exemplo, começar a evitar locais onde os episódios já tenham acontecido, mas também outros espaços onde percecione potencial perigo, pois, vendo-se exposto socialmente, projeta sobre si o que “irão pensar aquelas pessoas” se o episódio surgir. Pode, também, começar a adotar comportamentos como o consumo de substâncias, como manobra de mitigação desse desconforto, com potenciais danos em inúmeras áreas da sua vida.
Torna-se importante que estes comportamentos sejam evitados, uma vez que não estarão a ajudar na diminuição dos episódios, mas sim no seu aparecimento em locais cada vez mais familiares e em situações cada vez mais frequentes.
Estes episódios surgem, muitas vezes, por vários motivos, em alguns casos difíceis de identificar. O stress em excesso, motivado pelo trabalho ou por questões familiares, pode ser causa para o seu aparecimento, mas também o abuso de substâncias ou recordações traumáticas do passado requerem uma atenção especial na avaliação deste tipo de perturbações. A par, uma avaliação clínica pode também ser relevante, tentando identificar uma comorbidade com certas doenças ou perturbações mentais já existentes.
A intervenção neste tipo de perturbações normalmente inicia-se por uma consulta de avaliação, onde se verificam os sintomas e as possíveis causas, propondo um plano de intervenção que pode ser necessário englobar outros profissionais, como o caso da psiquiatria ou de outro especialista no caso da existência de outra(s) doença(s). Na Terapia Psicológica, a abordagem normalmente centra-se na intervenção cognitivo-comportamental, com foco numa primeira fase na capacitação do cliente com exercícios e técnicas que lhe permitam um atuar no momento no episódio, complementando sempre com um apoio psicológico estruturado.
O pânico é uma situação altamente debilitante, mas que a investigação tem revelado soluções muito eficazes. Não permita que o sofrimento potenciado por esta perturbação condicione a sua vida, procurando ajuda profissional.