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Avaliação do risco individual de cancro da próstata

publicado em 02 Set. 2022

Em Portugal, o cancro da próstata é o tumor maligno mais frequente nos homens e a segunda maior causa de morte por doença oncológica. Como é habitual em todos os tumores, um dos objetivos da medicina é diagnosticar a doença numa fase inicial para aumentar a hipótese de cura, minimizando os efeitos laterais dos tratamentos. Contudo, sabe-se que os tratamentos para o cancro da próstata causam efeitos nefastos na saúde do homem.

 

A suspeita de cancro da próstata existe quando, numa análise sanguínea, o PSA – Antigénio Específico da Próstata, se encontra elevado. Posteriormente, o doente é submetido a uma biópsia prostática, por via transretal, guiada por ecografia prostática. Os fragmentos de tecido retirados são analisados, confirmando-se ou não a existência de cancro. Contudo, esta abordagem tradicional de deteção do cancro da próstata está a ser lentamente abandonada.

Atualmente, tem-se enveredado por uma medicina personalizada, centrada no doente, implicando uma avaliação do risco individual de desenvolver cancro da próstata, para uma deteção precoce da doença.

Para tal, o urologista dispõe de calculadoras de risco baseadas no valor do PSA e seus refinamentos (PSA livre, o PHI score), o toque retal, informações da anatomia da próstata obtidas através de ressonância magnética multiparamétrica prostática, sendo possível estimar o risco individual do doente e decidir sobre a necessidade de realizar uma biópsia prostática.

 

A biópsia prostática atualmente é realizada por via transperineal, através da pele, e guiada pelas informações obtidas na ressonância magnética multiparamétrica da próstata. É chamada de “biópsia de fusão” e destaca-se por uma maior acuidade diagnóstica, associada a um menor risco de infeção e hemorragia.

 

Desta forma, o cancro da próstata é detetado precocemente, muitas vezes numa fase localizada e indolente da doença, sendo possível definir um plano de “gestão da doença”, desde a vigilância ativa, tratamento focal poupador da próstata ou a crioterapia prostática, tendo como consequência o controlo precoce da doença, mantendo bons resultados funcionais em termos de continência urinária e saúde sexual.

 

Caso a doença seja mais agressiva ou numa fase mais adiantada, dispomos de tratamentos dirigidos a toda a glândula prostática, como, por exemplo, a braquiterapia prostática, a radioterapia externa e a cirurgia da próstata radical, vulgarmente conhecida por prostatectomia radical. Estes tratamentos estão habitualmente associados a bons controlos de doença, mas à custa de um aumento dos efeitos laterais, quer a nível urinário quer da esfera sexual.

 

Uma vez que o cancro da próstata é o tumor maligno mais frequente do homem, pode ser do seu interesse conhecer o seu risco de cancro da próstata!

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