O pâncreas é um órgão relativamente pequeno (num adulto tem cerca de 15 cm e pesa 100 gr), mas com funções muito importantes.
Encontra-se na parte central e superior do abdómen, mas escondido por detrás do estômago e do intestino.
O pâncreas divide-se em 3 zonas: cabeça, corpo e cauda. A cabeça está encostada ao estômago e duodeno e é atravessada pela via biliar principal (canal que leva a bile do fígado até ao intestino). O corpo e a cauda estão numa localização retroperitoneal (fora da cavidade abdominal) e encostados à coluna e nervos.
As diferenças na localização do órgão fazem com que os sintomas sejam diferentes, conforme o local do tumor. Um tumor que apareça na cabeça do pâncreas pode começar rapidamente a comprimir a via biliar e impedir o fluxo de bile. Esta bile, ao acumular-se no fígado, vai passar para a corrente sanguínea e depositar-se na pele, dando a cor amarelada à pele (icterícia), e ser eliminada pela urina, dando a cor amarelo-escuro à urina (colúria). Por isso é que tumores, mesmo de pequenas dimensões, localizados na cabeça do pâncreas podem ser diagnosticados precocemente, o que aumenta as hipóteses de remoção e de cura.
Por outro lado, os tumores do corpo e de cauda dificilmente causam sintomas quando são pequenos, só com o seu crescimento e compressão/invasão dos órgãos, da coluna e/ou dos nervos é que começam a causar dor. Habitualmente já são diagnosticados em fases mais avançadas.
Assim, os sinais e sintomas mais frequentes do cancro do pâncreas são:
- Icterícia e colúria: por compressão da via biliar principal que atravessa o pâncreas. Habitualmente esta cor amarela é acompanhada de comichão (prurido), mas sem dor.
- Dor abdominal ou nas costas: aparece em fases mais avançadas e está relacionada com o crescimento do cancro, que causa compressão dos órgãos vizinhos e dos nervos em torno do pâncreas.
- Falta de apetite e perda de peso.
- Náuseas e vómitos: causada pela evolução da doença oncológica e por compressão do estômago.
- Diabetes: alteração dos níveis de glicose no sangue ou a descompensação de um doente diabético que se encontrava controlado também pode ser sinal de cancro do pâncreas. Com o crescimento, o cancro pode destruir as células produtoras de insulina e levar à alteração dos níveis de glicose.
No entanto, ter algum destes sintomas não é igual a ter cancro no pâncreas!
A icterícia pode ser causada por pedra da vesícula biliar, a dor abdominal e as náuseas/vómitos são sintomas muito comuns e na maioria das vezes não são sinais de nenhuma doença grave, o aparecimento ou a descompensação da diabetes ocorre por diferentes causas, sendo o cancro do pâncreas uma causa rara.
Deve estar atento e procurar ajuda médica se aparecer algum destes sintomas, porque um diagnóstico precoce de cancro do pâncreas aumenta a possibilidade de cura. Contudo, lembre-se de que o cancro do pâncreas é pouco comum e que o mais provável é que estes sintomas estejam relacionados com outras doenças.