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Como tratar o Hipotiroidismo?

publicado em 07 Jul. 2021

A tiroide é uma glândula que se localiza no pescoço e tem a forma de uma borboleta. É essencial à vida e todos precisamos dela para viver de forma saudável. Produz as hormonas T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina) que são libertadas na corrente sanguínea, alcançando todos os órgãos do corpo, exercendo as suas funções:

 

  • controlar a temperatura corporal, adaptando-nos ao meio ambiente;
  • interferir com o raciocínio e a memória;
  • regular a função cardíaca e respiratória;
  • entre outras.

 

Se a tiroide não funcionar de forma adequada, todos os órgãos sofrem consequências. Quando existe incapacidade de produzir a quantidade necessária de hormonas para o bom funcionamento do organismo, temos um hipotiroidismo. Quando, pelo contrário, a tiroide produz uma quantidade exagerada desses produtos para as necessidades, estamos perante um hipertiroidismo. Estas alterações da função são apenas algumas das doenças que podem afetar a glândula, sendo o hipotiroidismo o mais frequente (estima-se que cerca de 5 a 10% dos portugueses tenham alguma forma de doença da tiroide, especialmente as mulheres).

 

O hipotiroidismo manifesta-se de várias formas, mas nem sempre os sintomas são evidentes, porque não são específicos da doença e dependem do tempo de evolução e da gravidade da doença, ou seja, são tão mais evidentes quanto mais grave for. Estes sintomas podem ser: cansaço, esquecimentos, cabelo seco e quebradiço, unhas quebradiças, pele mais pálida, menor capacidade de tolerar o frio, maior sonolência, diminuição da capacidade de concentração e de trabalho, aumento de peso, dificuldade em engravidar, obstipação, menstruações irregulares nas mulheres… Em casos graves, os órgãos, especialmente o coração e o pulmão, deixam de trabalhar normalmente e o doente pode ficar em coma.

 

Mas podemos diagnosticar e tratar. Após uma conversa com o doente, a medição das hormonas da tiroide no sangue permite chegar ao diagnóstico. Depois, inicia-se o tratamento através da toma da hormona tiroideia (levotiroxina em comprimidos). A quantidade necessária desta hormona/dose a tomar varia de pessoa para pessoa e ao longo da sua vida. É necessária uma avaliação periódica pelo Endocrinologista, para que o doente possa viver com a melhor qualidade possível, na qual, para além dos sintomas e sinais da doença, são verificados os níveis das hormonas tiroideias no sangue. O momento em que cada doente deve ser avaliado depende das suas características e necessidades e, em cada consulta, o médico discute o plano e explica como e quando deve ser revista a situação.

 

Em mulheres grávidas, a avaliação é feita em intervalos menores, pois a necessidade de hormona tiroideia aumenta e varia ao longo dos meses de gestação. Uma vez que a tiroide não consegue aumentar a sua produção, terá de ser alterada a dose de levotiroxina.

 

Com a toma da hormona tiroideia em quantidade adequada, o doente deixa de ter sintomas e, de facto, pode dizer-se até que passa a viver como se tivesse uma tiroide a funcionar normalmente.