Denominam-se por doenças crónicas aquelas que, segundo a Organização Mundial de Saúde, são permanentes, incapacitantes, causadas por alterações patológicas irreversíveis, exigem formação especial do doente para a reabilitação ou necessitam de longos períodos de supervisão e cuidados.
De facto, este grupo de doenças pode condicionar a qualidade de vida dos seus portadores. A hipertensão arterial (HTA) e a diabetes mellitus são exemplos bem conhecidos na nossa população, mas juntam-se muitas outras, como certas doenças neurológicas, respiratórias, cardíacas, endócrinas, dermatológicas, renais, infeciosas, reumáticas, osteoarticulares, entre outras.
Os sintomas associados tendem a ter períodos de maior incapacidade, alterando todo o quotidiano do indivíduo. O próprio ato de, frequentemente, ter que ser portador de medidores de glicémia ou de tensão, inaladores, injetáveis ou medicamentos analgésicos, para onde quer que se vá, pode ser limitador do seu dia a dia.
A adaptação a uma doença, que apesar de tratamento não tem fim à vista, e cujos sintomas parece não cederem por completo, é frustrante e frequentemente culmina em quadros depressivos. Alguns sintomas específicos crónicos, como a dor ou a falta de ar, podem levar igualmente a quadros de insónia e ansiedade. A própria medicação pode ainda acarretar efeitos secundários psiquiátricos, como é o caso de certos corticóides e imunomodeladores.
Relativamente ao tratamento, cuidar da doença mental em doentes com patologias crónicas é um desafio psicofarmacológico, com inúmeras especificidades, dadas as particularidades destes doentes, cujo coração, rim ou fígado estão fragilizados.
Outra população estreitamente associada às doenças crónicas são os cuidadores, familiares próximos e profissionais de saúde. Também a estes deve ser dada especial atenção, nomeadamente, no que toca a sintomas ansiosos, depressivos e do tão conhecido cansaço que tanto se ouve, traduzido, hoje em dia, pelo diagnóstico de burnout.
De facto, é fundamental uma abordagem psiquiátrica destas condições crónicas, mas o estigma é do contra e ainda se encontra muito presente na nossa sociedade. Por isso, não menos importante será sempre o diagnóstico precoce, a prevenção e sobretudo a promoção da saúde mental, dando especial relevo à aquisição de hábitos de vida saudáveis e relações interpessoais de qualidade.
Fontes: www.dgs.pt e www.oms.org