A disfunção erétil é definida como a incapacidade persistente de conseguir ou manter uma ereção do pénis suficiente para conseguir uma atividade sexual satisfatória. É uma causa frequente de preocupação no homem em todas as faixas etárias. Os estudos científicos mais recentes estimam que 13% dos homens portugueses sofram de disfunção erétil. O seu diagnóstico reveste-se de particular importância, não apenas pelas graves repercussões no bem-estar físico e psicológico do homem e do parceiro(a), mas também pela evidência crescente de poder constituir um sinal precoce de doença coronária e vascular periférica.
Entre os principais fatores de risco para disfunção erétil incluem-se a obesidade, a diabetes mellitus, a dislipidemia, o sedentarismo e o tabagismo. Estes fatores são comuns à doença cardiovascular e alguns podem ser modificados ou prevenidos por alterações do estilo de vida.
A disfunção erétil pode ter múltiplas causas que afetam um ou vários dos fatores que integram o mecanismo da ereção, podendo ser agrupadas em causas vasculogénicas, neurogénicas, anatómicas, hormonais, medicamentosas, psicogénicas e traumáticas. Apesar desta classificação, muitos doentes apresentam mais do que uma causa para a sua disfunção.
A avaliação diagnóstica dos doentes com disfunção erétil deve contemplar o rastreio destas situações e patologias, no contexto de uma consulta de Urologia, através da colheita de uma história clínica detalhada, da aplicação de questionários estandardizados e da realização de um exame físico completo. Esta avaliação é complementada por exames auxiliares de diagnóstico, que podem incluir estudos analíticos no sangue e urina (englobando o doseamento de hormonas) e, em vários casos, a realização de um ecodoppler peniano.
A orientação do doente com disfunção erétil por uma equipa multidisciplinar potencia a eficácia terapêutica, ao abordar os múltiplos fatores que podem estar subjacentes a cada situação clínica, permitindo a introdução de estratégias que visam a modificação do estilo de vida, a correção de fatores de risco, a educação psicossexual do indivíduo e/ ou do casal e uma vasta gama de opções terapêuticas inovadoras, que incluem o tratamento farmacológico oral e local, uso de dispositivos de vácuo, tratamento por ondas de choque e, em casos resistentes a estas intervenções, a colocação de uma prótese peniana.
Deste modo, cada doente com disfunção erétil constitui uma situação única, pelo que a individualização do tratamento é essencial para a sua eficácia, sendo igualmente fundamentais o envolvimento e adesão do doente e da parceira(o) no processo terapêutico.