O Herpes Zoster, também conhecido por zona (ou “cobro”), é uma doença causada pela reativação do vírus varicella zoster.
Habitualmente esse vírus é adquirido na infância e manifesta-se sob a forma de varicela. Após a apresentação inicial, o vírus permanece “adormecido” no organismo, podendo reativar-se no futuro. O aumento da idade pode ser um fator de risco para essa reativação, bem como estados de imunidade comprometida/ diminuída, comorbilidades/ doenças, toma de medicamentos, entre outros.
A zona é uma doença que pode acarretar várias complicações, sendo as mais graves a nevralgia pós-herpética e o Herpes Zoster oftálmico. A nevralgia pós-herpética é uma dor debilitante e crónica que persiste após o desaparecimento das lesões cutâneas. Esta sequela é mais comum entre idosos e tem um impacto considerável na qualidade de vida da pessoa. O herpes zoster oftálmico acontece quando as lesões se desenvolvem em volta do olho, podendo afetar a visão (com risco de perda parcial ou total da visão).
A partir dos 50 anos de idade, o risco e a gravidade da doença aumentam significativamente pelo declínio da imunidade relacionado com o envelhecimento e a crescente população de idosos impactará o número de casos de Zona que surgirão. Atendendo a esses factos e ao risco das várias complicações relacionadas com a Zona, algumas delas graves, é extremamente importante definir estratégias de prevenção para a doença.
Assim, a vacinação surge como uma ferramenta preventiva útil e para ser implementada na consulta. A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) elaboraram em conjunto recomendações para a vacinação contra a Zona.
Mundialmente, existem duas vacinas disponíveis no mercado, ambas as vacinas disponíveis em Portugal, sendo que a Shingrix® é a vacina desenvolvida mais recentemente e com uma nova tecnologia.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda nas suas guidelines a vacinação com a vacina Shingrix® para a prevenção da Zona e respetivas complicações relacionadas, nas seguintes situações:
- Vacinação de rotina em adultos com o sistema imunitário competente com 50 ou mais anos;
- Vacinação de adultos imunocomprometidos com 19 ou mais anos (que estão ou vão estar em estado de imunodeficiência ou imunossupressão devido a uma doença ou terapia);
A vacina contempla 2 doses, separadas por um intervalo de 2-6 meses entre as tomas. Não deve ser administrada em pessoas que tenham história de reação alérgica a algum dos seus componentes ou em episódios de Herpes Zoster agudo.
É importante recomendar a vacinação nas situações indicadas e em especial nos grupos vulneráveis (doentes com DPOC, Diabetes, etc), uma vez que têm maior incidência de zona, podendo a doença ser mais grave e duradoura nesses casos, e com maior risco de desenvolverem complicações.
