A Síndrome de Raynaud é uma doença vascular presente em 3-17% da população, muitas vezes ainda não diagnosticada. Resulta de um espasmo (“aperto”, constrição) dos pequenos vasos sanguíneos, em resposta ao frio ou ao stress emocional.
A manifestação mais típica de Síndrome de Raynaud são episódios reversíveis de alteração da coloração dos dedos das mãos, entre branco, roxo/azul e vermelho, por vezes acompanhados de dor ou formigueiros. Os episódios podem durar alguns minutos ou horas. A síndrome de Raynaud atinge mais frequentemente os dedos das mãos, mas pode manifestar-se nos pés, nariz, orelhas e lábios.
Existem dois tipos de Síndrome de Raynaud: primária e secundária. Na Síndrome de Raynaud primária não há nenhuma doença associada e as manifestações são ligeiras e pouco graves. Na Síndrome de Raynaud secundária está presente outra doença que é responsável pelo aparecimento das manifestações de espasmo. Essa doença de base pode ser uma situação oncológica (tumor maligno) ou uma doença autoimune, como o Lúpus. Também pode ocorrer como efeito lateral de alguns medicamentos. Na síndrome de Raynaud secundária as manifestações são mais graves, existindo nestes casos o risco de perda das extremidades. Para tratar a Síndrome de Raynaud secundária é necessário tratar e controlar a doença de base que a provoca.
A avaliação clínica destas situações, com recolha de todas as informações e a realização do exame físico vascular, é fundamental para distinguir Síndrome de Raynaud primária e secundária, dado que esta última é de maior gravidade e é necessário descobrir a doença de base que a está a causar.
O pilar de tratamento da Síndrome de Raynaud é a proteção térmica e evitar exposição ao frio. Devem ser usadas luvas e meias quentes, gorros e cachecóis, consoante os locais de aparecimento das queixas. Outro elemento fundamental do tratamento é não fumar, uma vez que o tabaco também faz vasoconstrição e vai potenciar o espasmo característico da doença, tornando-a mais grave e com consequências negativas. O café e medicamentos que causam vasoconstrição (como alguns usados na enxaqueca, por exemplo) estão desaconselhados. Associadamente, consoante a gravidade da situação clínica e a avaliação realizada vamos determinar a medicação ideal para cada caso. A escolha dos medicamentos depende de vários fatores. Devemos começar por introduzir medicação ligeira, como alguns suplementos, reavaliar o doente e acrescentar medicação à medida que seja necessário, sem pecar por defeito nem por excesso.
Se suspeita que possa ter Síndrome de Raynaud, deve ser avaliado por um Cirurgião Vascular experiente, que poderá encontrar no Grupo Trofa Saúde.
