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Orelhas aladas em crianças: diagnóstico e tratamento

publicado em 07 Nov. 2018

As orelhas descoladas, procedentes ou aladas, são a mais frequente malformação congénita da cabeça e pescoço. Esta malformação afeta tanto o sexo masculino como o feminino e habitualmente não está associada a outras anomalias ou síndromes. No entanto, podem ser esteticamente desagradáveis e fonte de angústia psicológica.

 

As crianças com orelhas aladas têm maior probabilidade de sofrer bullying e as suas tremendas sequelas psicológicas, diminuindo, assim, a sua qualidade de vida. A qualidade de vida relacionada com a saúde é um conceito amplo que engloba a dimensão psicológica, social e física e a sua diminuição é associada com trabalho deficitário e prejuízo na performance académica, entre outras consequências adversas.

 

Muitas vezes, os pais das crianças que sofrem deste problema procuram a avaliação do cirurgião devido aos problemas de relação com outras crianças. Apesar de na maioria dos casos se verificar em crianças, este não é apenas um problema destas idades. Adultos com orelhas proeminentes não corrigidas muitas vezes procuram tratamento durante a sua vida por insegurança para com as suas orelhas.

 

O que causa as orelhas proeminentes?
Na maioria dos casos, a genética tem um papel essencial. É frequente este ser um aspeto encontrado entre familiares. Apesar de a origem específica ser desconhecida, existe, por vezes, história familiar desta anomalia. Geralmente ocorre por defeito da cartilagem da orelha. É muito raro acontecer por traumatismo ou acidente. A característica mais habitual das orelhas aladas ou protrudentes é hipodesenvolvimento, apagamento ou ausência de prega da anti-hélice; mas pode também dever-se ao sobredesenvolvimento ou excessivo aprofundamento da concha auricular; ou ainda pode corresponder à associação dos dois fatores. Para além disso, uma saliência óssea do crânio proeminente poderá contribuir para a protrusão.

 

A avaliação das orelhas inclui a medição da distância do couro cabeludo à hélice em três pontos: o topo da hélice, ao nível do canal auditivo e na origem postero-superior do lóbulo. Estes pontos serão comparados com a orelha contralateral. No entanto, estas medições apenas servem como referência e não devem ser usadas como parâmetros absolutos para o diagnóstico. O principal fator deve ser a opinião da criança/ adulto, da sua família e do cirurgião e o impacto da proeminência das orelhas deve ser avaliado em relação com a morfologia estrutural da face.

 

O objetivo do tratamento é alcançar a simetria da orelha. Os resultados atingidos modificam por completo a autoimagem, elevando a autoestima e favorecendo a inserção social. É este o objetivo da equipa de Cirurgiões Pediátricos do Trofa Saúde Hospital em Vila Real. O sorriso de cada criança vai ser a nossa melhor recompensa!