Ser pai, mãe ou cuidador pode ser uma tarefa espantosa e encantadora, trazendo-nos enorme, satisfação e sentido de realização pessoal. Contudo, também pode ser a experiência mais exigente que enfrentaremos nas nossas vidas, daí ouvirmos muitas vezes dizer que ser pai, mãe ou cuidador é a melhor e mais difícil tarefa do mundo.
A parentalidade inclui assegurar as condições básicas como a saúde e a segurança dos filhos, mas também amá-los, cuidá-los, aceitá-los, encorajá-los e orientá-los. Implica ainda transmitir-lhes valores sociais e culturais, ajudá-los a desenvolver competências e recursos, de modo a tornarem-se crianças, jovens e depois adultos competentes e capazes de atingirem os seus objetivos.
Uma tarefa desta envergadura acarreta inúmeros desafios que, de uma forma global, parece-nos, nos dias de hoje, mais desafiante do que foi para os nossos pais ou avós. Para isto poderá contribuir o ritmo de vida acelerado no qual vivemos bem como a diversidade de opiniões e conselhos que abundam na sociedade e nos media sobre a melhor forma de ser pai.
A prática clínica demonstra que muitos pais encontram dificuldades significativas em conciliar as suas ideias sobre a educação com as exigências da parentalidade. Os desafios da parentalidade mais relatados em contexto de consulta incluem:
- Equilíbrio entre a vida familiar e profissional: muitos pais sentem-se divididos entre as suas responsabilidades profissionais e parentais que os leva numa constante busca de um equilíbrio que muitas vezes parece inalcançável;
- Selecionar informação: os pais estão expostos a tanta informação sobre como devem educar os filhos, que pode ser mais difícil tomarem decisões ou encontrarem a sua própria forma de serem pais;
- “Cultura da culpa”: vivemos numa sociedade na qual existe pressão a propósito de quase tudo. Frequentemente os pais sentem-se culpados porque não estão a fazer “o que deviam” (porque ainda usa chupeta, porque se deita tarde, porque está no telemóvel demasiado tempo, etc.).
- Impor limites: é comum os pais dizerem que querem ser próximos dos filhos e por isso acabam por deixá-los fazer o que querem. Isto contribui para que a criança aprenda que gostar de alguém implica permitir tudo e até faltar ao respeito. Em muitos casos, a dificuldade em impor limites, por vezes acrescidas de crenças ou mitos sociais, acabam por facilitar o aparecimento de problemas na gestão do comportamento.
- Gerir o acesso às tecnologias: os pais têm um papel importante na promoção de hábitos seguros e saudáveis de interação com a tecnologia, mas também têm dúvidas sobre como fazê-lo e temem os seus efeitos no desenvolvimento dos filhos.
Se partilha destas dúvidas, medos ou frustrações equacione procurar a ajuda de um Psicólogo.