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Sabe o mal que as gorduras fazem ao seu corpo?

publicado em 26 Fev. 2022

O consumo excessivo de gorduras pode ter consequências nocivas como o excesso de peso e obesidade, aumento dos níveis de colesterol, doenças cardiovasculares (DCV), hipertensão arterial e alguns tipos de cancro.

 

Mas uma dieta equilibrada deve conter gorduras, pois desempenham funções essenciais: bom funcionamento do cérebro, armazenamento de energia, isolamento térmico do corpo, manutenção da integridade das membranas celulares, produção de hormonas, absorção de vitaminas lipossolúveis, formação de ácidos biliares, entre outras.

Como conhecer as gorduras saudáveis

As gorduras são constituídas por ácidos gordos que determinam a sua qualidade nutricional, dos quais existem:

– Ácidos gordos saturados (AGS);
– Ácidos gordos monoinsaturados (AGMI);
– Ácidos gordos poli-insaturados (AGPI);
– Ácidos gordos “trans” (AGT).

 

Nas gorduras mais saudáveis predominam os AGMI e os AGPI. Os alimentos que os contêm em maior quantidade são:
azeite, peixes gordos (sardinha, cavala, atum, salmão selvagem) e produtos vegetais oleaginosos (frutos secos, sementes,
abacate).

 

Entre os ácidos gordos poli-insaturados, têm especial interesse os ácidos ómega-3 e ómega-6. Os primeiros, presentes nos
peixes gordos e hortícolas de folha verde-escura (brócolos e espinafres), melhoram o funcionamento do sistema cardiovascular e previnem doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Os segundos, presentes em alimentos como os óleos vegetais, frutos oleaginosos e sementes, são benéficos para o normal funcionamento cerebral, integridade celular e proteção da pele

Gorduras naturais a evitar

As gorduras pastosas ou sólidas à temperatura ambiente (carnes vermelhas, banha de porco e “óleos” de coco ou palma) devem ser evitadas, por predominarem os AGS. Porém, podem fazer parte da dieta quando ingeridas em pequenas quantidades.

Gorduras processadas

As margarinas são produzidas a partir de óleos vegetais, através de hidrogenação, para adquirirem uma consistência como a da manteiga. Nesse processo, os ácidos gordos insaturados são convertidos em AGT, gerando uma gordura trans, que não tem os efeitos benéficos das gorduras, contendo AGMI e AGPI. Pelo contrário, podem provocar o entupimento das artérias, excesso de peso e obesidade

Dislipidemia

Tratar a dislipidemia pode reduzir o risco de DCV. O valor-alvo dos parâmetros lipídicos nas dislipidemias é estabelecido com base nos antecedentes clínicos e na determinação do risco de desenvolvimento de DCV. Na população em geral, os valores-alvo são: Colesterol total (CT) < 190 mg/dL, Colesterol LDL (cLDL) < 115 mg/dL, Colesterol HDL > 40 mg/dL (nos homens) e > 45 mg/dL (nas mulheres), Triglicerídeos < 150 mg/dl.

 

Em doentes de risco alto ou muito alto para desenvolver DVC, as Sociedades Científicas Europeias estabelecem metas adicionais relativamente aos valores de CT e c-LDL, que se regem por c-LDL < 100 mg/dL. Doentes com risco muito alto (patologia coronária, diabetes ou insuficiência real): o CT < 175 mg/dL e c-LDL < 70 mg/dL.

 

Nas consultas de Medicina Interna é efetuada a avaliação do risco global de DCV, através da avaliação do perfil lipídico, tensão arterial, peso, perímetro abdominal e glicemia. O seu médico estabelecerá o plano terapêutico mais adequado à sua situação clínica.