O que é a obstrução nasal?
A obstrução nasal é caraterizada pela dificuldade em respirar pelo nariz e um dos motivos de consulta mais frequentes em Otorrinolaringologia. Pode ser unilateral ou bilateral, parcial ou total, constante ou transitória, dependendo sempre da causa. Estas alterações podem ter várias etiologias, desde traumatismos a fenómenos alérgicos, inflamatórios, malformações ou até tumores.
A obstrução nasal afeta a qualidade de vida, a qualidade de sono, facilita a ocorrência da roncopatia (ressonar), provoca secura da boca e pode interferir até com a performance desportiva. Outras queixas relacionadas são as dores de cabeça, a formação de crostas nasais e hemorragias recorrentes.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito na consulta de Otorrinolaringologia, através da história clínica detalhada e do exame objetivo, que pode ser complementado com meios auxiliares de diagnóstico, tais como a videoendoscopia nasal e a tomografia computorizada (TAC) dos seios perinasais.
Quais as causas e como tratar?
Nos adultos, entre as causas mais frequentemente diagnosticadas está o desvio do septo nasal. O septo nasal é uma estrutura dentro do nariz que é responsável pela divisão das fossas nasais. Em condições ideais, o septo nasal deve estar centrado. Quando ocorre um desalinhamento, existe uma diminuição do espaço dentro do nariz, que pode afetar um ou ambos os lados. A única forma de tratar definitivamente é através da cirurgia de correção do septo, a septoplastia. Pode ser realizada sob anestesia geral, em regime de ambulatório ou com um dia de internamento. Habitualmente, não se associa a qualquer tipo de cicatriz visível. Se existirem outras alterações nasais, podem ser associados outros tipos de tratamentos médicos e/ou técnicas cirúrgicas, que visam otimizar a cirurgia e permitem aliviar a sintomatologia do doente.
Nas crianças, um dos motivos mais comuns de obstrução nasal é a hipertrofia das vegetações adenóides e dos cornetos nasais inferiores, localizadas na rinofaringe e nas fossas nasais, respetivamente. Quando estas estruturas estão aumentadas de tamanho impedem a passagem do ar do nariz para a garganta, provocando uma respiração nasal insuficiente. Isto poderá trazer implicações clínicas graves à criança, como o anormal crescimento da face, distúrbios do sono – que é crucial nesta fase do desenvolvimento, alterações na linguagem, entre outras. Nestas circunstâncias, a criança poderá beneficiar da cirurgia de remoção/redução destas estruturas.
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