Quando falamos em “cancro nos ossos” há diversas questões que motivam a nossa reflexão:
1- O que designamos por “cancro nos ossos”?
O envolvimento tumoral do osso pode ocorrer por tumores do sangue como o mieloma múltiplo, e por tumores de outros órgãos (tumores sólidos). Neste segundo grupo, incluem-se tumores com origem no osso, raros (como o osteossarcoma) e, mais frequentemente, as metástases de outros tumores sólidos que têm origem em outros órgãos e que metastizam, ou seja, enviam células tumorais para a circulação e que vão crescer no osso. O osso é o terceiro local mais frequente de metastização.
2 – Quais os cancros que metastizam mais frequentemente para o osso?
O mieloma múltiplo envolve o osso em 95% dos casos. Os tumores sólidos com maior metastização óssea, na fase avançada, incluem: o cancro da próstata (85%), da mama (70%), do pulmão (40%) e do rim (40%).
3 – Qual o sintoma mais frequente?
É a dor. A dor associada às metástases ósseas é uma das causas mais frequentes de dor crónica em doentes com cancro.
4 – Que outros sinais ou sintomas podem surgir?
A fratura, a perda de mobilidade e a compressão medular são manifestações do envolvimento ósseo. Pode ocorrer a elevação dos níveis de cálcio no sangue que se manifesta de diversas formas como mau estar geral, enjoos e alterações do funcionamento dos rins.
O tumor pode invadir a medula óssea (onde se desenvolvem as células do sangue) e causar anemia, redução das plaquetas ou das células das defesas.
5 – O que é a compressão medular?
A compressão medular é uma emergência oncológica e resulta da lesão da espinal medula, que está habitualmente protegida pela coluna vertebral. Causa dor, alterações como perda de mobilidade e da sensibilidade.
6 – Na compressão medular a deteção e tratamento urgente é essencial, porquê?
A recuperação depende da velocidade do início do tratamento, quando ocorrem alterações da mobilidade o tratamento é considerado urgente, se estas tiverem uma duração superior a 48h a probabilidade de melhorar é remota menor.
7 – Podemos prevenir e tratar as complicações da metastização óssea?
Sim, e esta abordagem é multidisciplinar e individualizada para cada doente. Recorre-se a tratamentos específicos do tumor, administração de medicamentos como analgésicos, fortificantes do osso, fisioterapia e recurso a dispositivos que permitem diminuir a repercussão no dia a dia do doente e diminuir o risco de fratura, realização de radioterapia, cirurgia e técnicas de intervenção no tratamento da dor. O apoio psicológico e da família são importantes ao longo de todo o processo.
Em conclusão, o envolvimento tumoral do osso pode causar diversas manifestações como a dor, fratura ou a compressão medular. Nesta última a deteção e recurso rápido ao médico é essencial para a recuperação.
Fundamental é que sempre que identifique sinais ou sintomas de cancro recorra ao seu médico.