“A gripe é uma das mais frequentes doenças agudas provocadas por vírus, que se manifesta predominantemente com febre e sintomas respiratórios, como tosse, dor torácica relacionada com a tosse e falta de ar”.
Outros sintomas podem estar associados em diferentes graus de intensidade, como secreções nasais, dor de garganta, dor de cabeça na zona da fronte e atrás dos olhos, inflamação dos olhos, dores musculares e articulares, cansaço, fadiga e palpitações. Este conjunto de sinais e sintomas designam-se de síndrome gripal.
É altamente contagiosa através da via aérea por partículas do doente transmitidas pela saliva, tosse e espirros ou mesmo através do contacto com as mãos, superfícies ou utensílios domésticos que estejam contaminados. O período de incubação é de 1 a 4 dias, mas um doente pode ser contagioso antes de ter sintomas e depois de os ter iniciado. Nas crianças e em doentes imunodeprimidos este período de propagação é mais prolongado.
A gripe tem geralmente uma evolução favorável, com uma curta duração (cerca de 4 dias) e uma recuperação completa em cerca de 1 a 2 semanas. Ocorre por surtos sazonais, sendo que em Portugal regista maior atividade entre dezembro e fevereiro, e causa um significante absentismo laboral. Contudo, a gripe pode provocar pneumonia e piorar doenças crónicas prévias, nomeadamente em doentes com mais de 65 anos ou com diabetes, obesidade, doenças cardíacas, pulmonares, entre outras. De igual forma, os grupos nos quais se regista uma maior vulnerabilidade na transmissão da doença são os doentes residentes em lares, os profissionais de saúde, de infantários ou de prisões, os cuidadores e os bombeiros.
A principal forma de combate à gripe é através da sua prevenção, principalmente nos grupos de risco referidos, para evitar a ocorrência de uma doença que pode causar descompensação das suas patologias crónicas, com eventual má evolução. Esta prevenção ocorre através da toma da vacina da gripe que deve ser anual, porque os vírus causadores da doença alteram-se ao longo do tempo e, por isso, a imunidade que a vacina fornece não é duradoura. Outras medidas incluem o resguardo ao frio, a higiene frequente das mãos e a proteção da boca com um lenço ou o antebraço ao tossir ou espirrar.
Esta avaliação do doente e a sua orientação para medidas de prevenção, como a toma da vacina da gripe, é efectuada na consulta de Medicina Geral e Familiar, assim como toda a abordagem completa do doente, nomeadamente a nível da sinalização e diagnóstico de factores de risco e respectivos cuidados preventivos das doenças associadas.