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Espondilose: o que é, causa e tratamento

publicado em 26 Mai. 2022

A Espondilose, Discartrose ou Espôndilo Discartrose são diferentes termos que significam a mesma coisa – Artrose da Coluna.

 

A Espondilose, tal como a artrose do joelho, é o resultado do uso e desgaste das articulações ao longo dos anos. Na coluna, temos as vértebras separadas pelos discos, que funcionam como amortecedores e permitem os movimentos normais da coluna; cada vértebra lança duas pequenas articulações para cima e duas para baixo, para se ligarem entre si. Quando o disco (amortecedor) se estraga e perde capacidade de amortecimento, as pequenas articulações vão ser sobrecarregadas com desgaste da cartilagem, formação de osteófitos (bicos de papagaio) e evolução para artrose.

 

Estas alterações dos discos e facetas com inflamação e artrose são a principal causa de dor e sofrimento da coluna em mais de 80% dos doentes, a surgirem por vezes antes dos 50 anos, provocadas por sobrecarga e despertadas pelos esforços, trabalho e más posturas, manifestando-se sob a forma de dores musculares e articulares nas áreas afetadas, sendo mais frequente a nível cervical, lombar e lombo-sagrada.

 

Na maioria dos doentes com espondilose, em que não há aperto de raízes nervosas nem da medula, o tratamento não passa pela cirurgia. A compreensão da origem destas dores, o aconselhamento para evitar as causas de dor, correção postural, fisioterapia, hidroterapia, marcha e medicação adequada são em regra suficientes.

 

O tratamento cirúrgico poderá estar indicado quando há instabilidade da coluna ou aperto das estruturas nervosas. Quando surgem dores constantes, incapacitantes, sem posição de alívio, que se acompanham de adormecimento e falta de força, significa que temos já raízes nervosas em sofrimento, que se manifestam com dor a nível do pescoço e braço, e a dor ciática, a nível lombar. Se para além destas queixas há uma dificuldade em andar, com necessidade de andar devagar, com pequenos passos e mesmo assim ter que parar e sentar para recuperar a força nas pernas, significa já um aperto significativo de raízes a nível do canal, habitualmente na região lombar (canal estreito lombar). Se o aperto for a nível cervical a situação pode ser grave e eventualmente dramática, porque o aperto da medula atinge braços e pernas, com perda progressiva da força, deixando cair os objetos das mãos, perdendo a capacidade de executar movimentos finos, como apertar botões, incapacidade de coordenação dos movimentos, que a nível das pernas significa descoordenação da marcha, que se torna insegura, irregular, com acentuada falta de força e que podem levar à impossibilidade de andar, sendo urgente a cirurgia para descompressão da medula para evitar esta situação mais grave.

 

Só a identificação, diagnóstico e tratamento atempado destes quadros clínicos podem evitar este tipo de complicações.