A dor de garganta surge quando há inflamação da orofaringe e a sua causa pode ser infeciosa ou não infeciosa. As causas infeciosas são as mais frequentes e podem ser desencadeadas por vírus, bactérias ou, mais raramente, por fungos. Assim, no inverno, devido às condições atmosféricas mais adversas, os vírus e outros agentes infeciosos têm, com as temperaturas mais baixas, as condições ideais para proliferar, e deste modo levam a um aumento do número de infeções respiratórias e dores de garganta.
1. Gargarejar com água morna salgada faz bem?
Os estudos científicos sobre esta prática são escassos. Porém, não existe evidência científica que a contraindique e, com base na prática clínica, de facto os doentes manifestam melhoria sintomática após gargarejo com água morna salgada.
A ideia do uso de água morna com sal parte de dois princípios:
• O primeiro está relacionado com a temperatura da água, pois estando esta morna vai provocar uma dilatação dos vasos sanguíneos locais, promovendo um aumento da circulação sanguínea na área infetada e assim uma chegada de maior número de glóbulos brancos, para que a resolução da infeção possa ser mais célere.
• O segundo princípio está relacionado com a adição de sal, o qual tem propriedades antibacterianas em determinadas concentrações, pois em contacto com ele as bactérias perdem água por osmose e morrem. Além disso, quando há inflamação da orofaringe, há edema e o contacto com uma solução hipertónica vai promover a saída de água dos tecidos e assim uma diminuição do edema local. À semelhança do que acontece nas lavagens nasais com água do mar, o sal também ajuda a remover muco espesso que possa estar na orofaringe e assim otimizar o alívio sintomático
2. É bom beber muitos líquidos?
Sim! A cavidade oral e a faringe são naturalmente áreas que devem estar bem hidratadas, para que a normalidade das suas funções não esteja comprometida. Assim, garantir uma boa hidratação é uma peça-chave na prevenção e tratamento da dor de garganta.
3. O chá com limão e mel ajuda?
Não há evidência científica sustentada para ser integrada em protocolos terapêuticos. No entanto, não há estudos que contraindiquem esta medida e na prática clínica ouvimos testemunhos sobre a sua eficácia. Ao limão têm sido atribuídas propriedades anti-inflamatórias e por possuir vitamina C pode contribuir para fortalecer o sistema imunológico. Ao mel também estão associadas propriedades anti-inflamatórias e mucolíticas. Talvez por estas razões o chá com limão e mel possa ajudar.
Não esquecer: dor persistente e com agravamento progressivo ao longo do tempo, que dificilmente alivia com a toma de analgésicos ou anti-inflamatórios, associada a outros sinais e sintomas como febre, dor no ouvido, dificuldade em deglutir, falta de ar ou suores noturnos carecem de uma cuidada avaliação médica.