A aprendizagem auditiva inicia-se com a deteção, a discriminação, a localização e o reconhecimento dos sons. Quando nascemos o ouvido é o responsável pelo primeiro contacto com o mundo exterior. Os nossos primeiros sons vão tornar-se em palavras e permitir a nossa comunicação, desde a infância até ao fim da nossa vida.
A audição normal é fundamental para o desenvolvimento adequado da linguagem e consequente aquisição da fala e da escrita, é feito de uma forma gradual e variável de criança para criança.
A diminuição da audição na criança, ainda que ligeira, compromete obrigatoriamente o seu processo de aprendizagem, causando atraso na aquisição de conhecimentos e baixo rendimento escolar.
A surdez pode estar presente aquando do nascimento, ou pode desenvolver-se numa fase mais tardia da vida. Contudo, não é frequentemente detetada antes da criança atingir os 2-4 anos de idade.
A perda da audição pode ser classificada como ligeira, moderada, ou profunda, quanto ao grau de dificuldade em ouvir, ou ainda como transitória ou permanente, quanto à persistência dos sintomas.
Existem dois tipos importantes de surdez:
1. De causa central, quando existe um distúrbio do processamento auditivo que ocorre no cérebro, ou seja, quando a criança consegue ouvir, mas não consegue entender os sons.
2. De causa periférica, quando ocorre no ouvido, podendo tratar-se de:
– Surdez de condução, que é devido a lesão do ouvido externo e/ou ouvido médio por doença, trauma ou malformação congénita. É a surdez mais frequente na criança, geralmente com início na fase pré-escolar, como consequência de infeções respiratórias superiores e otites associadas, adquiridas ao longo do inverno. Apesar do seu caráter temporário, esta doença é frequentemente subdiagnosticada, o que pode levar a longos períodos de surdez com inevitáveis repercussões no desenvolvimento da criança.
– Surdez neuro-sensorial, que é causada por anomalias do ouvido interno ou do nervo auditivo. É uma surdez permanente, que geralmente afeta os dois ouvidos, podendo ou não estar presente aquando do nascimento.
– Surdez mista, que é uma combinação dos dois tipos anteriores.
A avaliação auditiva da criança é a única forma de diagnosticar precocemente este problema, evitando assim importantes atrasos no desenvolvimento cognitivo e social da criança.
Assim, a necessidade de um diagnóstico precoce torna o Rastreio Auditivo do Recém-Nascido um dever da sociedade e um direito da criança. Atualmente é objeto de um importante Programa de Saúde realizado na maioria das Hospitais do Serviço Nacional de Saúde e também em Hospitais Privados, como são exemplo os Hospitais do Trofa Saúde Hospital.
Após diagnosticada a surdez, esta deverá ser corrigida o mais rapidamente possível, quer através de tratamento médico e/ou cirúrgico, quer através de reabilitação auditiva.
OUVIR BEM é fundamental para todos, mas muito mais para as nossas crianças.