Os miomas, também designados por ”fibromas”, são os tumores benignos mais frequentes do aparelho genital feminino. Desenvolvem-se a partir do tecido muscular que constitui o útero e afetam 30 a 60% da população feminina e 20 a 40% das mulheres em idade reprodutiva, sendo a principal causa de histerectomia.
Os miomas podem ser únicos ou múltiplos e são classificados de acordo com a sua posição na parede uterina em intramurais (no interior da parede do útero), subserosos (na porção mais externa do útero, geralmente crescem para fora) e submucosos (na parte interna do útero).
Existem alguns fatores de risco como: idade, 1ª menstruação precoce, história familiar (1º grau), raça, obesidade, hipertensão arterial, dieta (carnes vermelhas, álcool) e mulheres sem gravidezes.
Na maioria das vezes os miomas uterinos são assintomáticos (>50%), mas também podem estar associados a: hemorragia menstrual excessiva, tumor pélvico, dor/compressão pélvica, infertilidade, complicações obstétricas (aborto espontâneo, parto pré-termo, apresentação fetal anómala). Na gravidez também pode haver crescimento dos miomas com degenerescência e dor associada.
Para o diagnóstico deverá ser realizado o exame ginecológico que permite identificar um aumento do volume do útero. A ecografia transvaginal é o exame mais indicado para avaliação da cavidade pélvica e permite avaliar o número, dimensão e localização dos miomas, assim como excluir outras patologias. A ressonância magnética permite avaliar com maior precisão a localização dos miomas. A histeroscopia é uma técnica que permite simultaneamente identificar miomas na parte interna do útero e removê-los.
O tratamento depende do número, tamanho e localização dos miomas, bem como da idade da mulher, do seu estado de saúde, desejo de preservar a fertilidade e dos sintomas associados.
O tratamento médico (terapêuticas hormonais e não hormonais) pode provocar uma redução no tamanho do mioma, por vezes em 50%, verificando-se, com alguns fármacos, retorno às dimensões pré-tratamento logo após a sua interrupção.
O tratamento cirúrgico é o tratamento mais eficaz e definitivo. A histerectomia (remoção total ou parcial do útero) está indicada em mulheres que não desejem preservar a fertilidade e que pretendam um tratamento cirúrgico definitivo – pode realizar-se por via vaginal, abdominal ou laparoscópica.
A miomectomia (remoção de miomas) é realizada em mulheres que desejem preservar a fertilidade ou o útero – pode realizar-se por via abdominal, laparoscópica ou por histeroscopia.